sexta-feira, 19 de abril de 2013

Amor gênio da lâmpada

Amor gênio da lâmpada
Se tem um tema que percebo ser recorrente nas perguntas enviadas ao site é o do "Amor gênio da lâmpada", aquele que surge, agrada e logo desaparece. Homens e mulheres queixosos de viverem essa experiência buscam de toda forma uma explicação para tal situação. Como exemplo trarei a contribuição de uma cliente:

“Conheci uma pessoa no site e nos relacionamos por 5 meses. Não era aquela coisa grudenta, às vezes ele vinha pra minha casa e ficava o dia todo. Saíamos para ir ao cinema ou jantar fora e também às vezes nos víamos mais de 1 vez na semana. Durante estes 5 meses também nos falamos muito por torpedos. Há 20 dias eu fiquei muito decepcionada quando ele disse que não passaria o feriado em SP e que tinha feito planos para o feriado. A partir deste dia ele não enviou mais nenhuma mensagem e eu só falei com ele uma única vez – por torpedo. Ele respondeu e foi educado, mas não foi carinhoso. O que acontece com estes homens? Como se explica este sumiço?”

Assim como essa, poderia transcrever inúmeras outras situações. Pessoas que se conhecem, se entrosam, vivem uma boa química, criam expectativas... e se frustram. Em todos esses casos fica a angústia daquele que foi deixado, inevitavelmente se perguntando porquê. Se não acontece de ser completamente deixado, termina sempre disponível à espera de quando o outro voltará - ou quando ele irá procurar novamente.

Curiosamente ele ressurge, vocês fazem programas e quando tudo parecia finalmente engrenar, ele volta a sumir de cena, dando novamente espaço para as dúvidas e frustrações.

O pior de toda essa experiência é a falta de clareza, a sensação de ter algo bom (muito bom!) em mãos, mas que por razões alheias ao desejo, não segue adiante. Por outro lado também não terminam e ficam os dois patinando em um terreno absolutamente incerto. Como não há o compromisso firmado, dificulta que sejam feitas cobranças e o diálogo também fica emperrado.

Muitas são as razões para alguém agir assim. Todas, entretanto, apontam para a mesma conclusão: trata-se de alguém que não está verdadeiramente livre para se dedicar a uma relação. Pode - e certamente é - uma pessoa bacana, interessante e etc, mas de nada adianta ser isso tudo quando falta o principal: o desejo de construir um vínculo. Pode ser alguém que teme amar e estar em uma relação, pode ser alguém que está em luto afetivo. Pode ser alguém imaturo, pode ser alguém que só sabe se relacionar dessa forma, estando no comando e não dando espaço para que o outro exerça um papel importante também, assim controla o outro, a relação e acima de tudo, seus próprios medos.

O fato é que, por melhor que seja quando estão juntos, por mais que queria acreditar que uma hora tudo pode ser diferente, a verdade é que são poucas as chances do cenário mudar. Alguém (por mais que tenha dificuldades afetivas) que está livre para uma relação fará as coisas de um jeito que você não terá dúvida que ele está tentando e não te deixará na mão repetidas vezes.

Portanto, digo que certas relações podem ser vividas intensamente, porém com grandes limitações e que afetará certamente um dos lados, geralmente daquele que não está no controle.

Insisto nas relações que são saudáveis emocionalmente para os dois, que promovem aproximação, enriquecimento e crescimento. As aventuras podem ser muito bacanas, mas costumam ter um prazo, um tempo para chegar ao fim, exatamente por se tratar de duas pessoas que atravessam momentos de vida distintos, geralmente sem espaço para uma outra pessoa entrar inteira.

Esse tal “Amor gênio da lâmpada” pode ser divertido, intenso, diferente, etc, mas quando passa a trazer mais frustração do que realização, mais desânimo do que empolgação, significa que é hora de repensar e se valorizar. Estar sempre disponível para uma pessoa que segue exclusivamente os próprios desejos e desconsidera quem está ao lado não é uma boa estratégia. Surpresas são bem vindas em uma relação, mas são melhores ainda quando acompanhadas da certeza de se ter um lugar especial.









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