Restaurante Sushi da Villa, onde Champignon jantou antes de morrer (Foto: Cíntia Acayaba/ G1)
No último domingo (8), o músico Luiz Carlos Leão Duarte Júnior, o
Champignon, de 35 anos, discutiu com sua mulher, Cláudia Campos, de 32
anos, durante o jantar no Sushi da Villa, na Vila Madalena, Zona Oeste
de São Paulo,
segundo Wlademir Luizão, dono do restaurante de comida japonesa. Cerca
de uma hora depois, à 0h20, vizinhos escutaram barulho de um tiro no
apartamento do casal e policiais encontraram o corpo do músico.“Eles estavam conversando normal, mas mais para o final do jantar, umas 23h10, teve alguma coisa que não se encaixava entre ele e a mulher e eles discutiram”, disse Luizão.
Champignon e Cláudia, grávida de cinco meses, chegaram ao restaurante por volta das 21h50, acompanhados de um casal de amigos. Cláudia perguntou a Luizão se o restaurante tinha uma sala mais reservada, mas, diante da negativa, sentaram-se próximos ao caixa.
O músico usava um gorro preto e abaixou para tapar mais o rosto, conta Luizão. Champignon sentou de frente para os clientes do restaurante e a amiga sugeriu que eles trocassem de lugar. “Você não quer trocar para ficar virado de costas para a maioria das pessoas? Perguntou a amiga a Champigon”, contou Luizão. Então, os dois trocaram de lugar e Champignon e a mulher ficaram frente a frente.
Mesa onde Champignon jantou no restaurante
"Sushi da Villa" (Foto: Cíntia Acayaba/ G1)
Os quatro pediram o jantar. Escolheram quatro rodízios de comida
japonesa, saquê e refrigerante. “Apenas um dos quatro, não sei qual das
moças, tomou refrigerante”, afirmou o dono do restaurante. Ao final do
jantar, o grupo havia consumido duas garrafas inteiras de saquê."Sushi da Villa" (Foto: Cíntia Acayaba/ G1)
Por uma hora e 20 minutos, o jantar transcorreu tranquilamente e os principais assuntos, segundo Luizão, foram “música” e “dinheiro”. “No começo do jantar, eles estavam falando sobre dinheiro. Alguma coisa que ele ia pagar, que ele ia resolver”, disse Luizão.
Mas, segundo Luizão, “algo desequilibrou o papo” e eles começaram a discutir.
“Ele falou pouco mais alto com ela, ela quase não respondia. Daí, o amigo o levou para fora e ela foi ao toalete”, disse. Champignon gesticulou, ficou vermelho, mas não houve agressão, segundo o dono do restaurante.
Os dois amigos ficaram conversando “um tempão” do lado de fora e voltaram à mesa, assim como Cláudia que voltou do banheiro. “Quando voltaram, percebi que os dois já não se falaram mais”, disse. Champignon também subiu as escadas do Sushi da Villa para ir ao banheiro e, quando voltou, pediu a conta.
“Ele levantou e veio até o caixa. Normalmente, quando vem alguém da mídia a gente pede para bater uma foto e colocar no painel, mas eu acabei não pedindo porque sabe quando você percebe que a pessoa não está muito legal?”, relatou Luizão.
O amigo foi ao caixa e insistiu para pagar a conta. Champignon fez questão de pagar tudo: R$ 330. Ele pagou e os dois homens saíram. As duas mulheres ficaram no restaurante conversando. Cláudia foi ao banheiro, pela segunda vez, e ao voltar perguntou se os três já tinham ido embora e se haviam levado sua bolsa.
Wlademir Luizão, dono do restaurante Sushi da
Villa (Foto: Cíntia Acayaba/ G1)
“Eu respondi que sim, e ela saiu. Eu achei que eles estavam de bronca
um com o outro porque, na hora de ir para o carro, a amiga dirigiu e os
dois homens sentaram atrás. Então, ficaram as duas na frente e os dois
atrás”, disse.Villa (Foto: Cíntia Acayaba/ G1)
Eles foram embora por volta das 23h30. “A gente vê muita discussão no restaurante. Ele não deixou transparecer que faria algo mais”, disse Luizão.
Morte no Morumbi
Champignon morreu menos de uma hora depois de sair do restaurante na Vila Madalena. De acordo com o depoimento de Cláudia à polícia, ao chegar no apartamento, no Morumbi, o músico foi até o quarto que usava como estúdio e se trancou. Ela disse aos policiais que o músico não permitiu que entrasse no cômodo, permanecendo atrás da porta.
A mulher do músico ouviu dois disparos seguidos e a queda do corpo no chão. Ela gritou e correu para fora do apartamento, onde pediu ajuda de um vizinho. Cláudia disse à polícia que o marido não fazia uso de nenhuma droga. Ao chegarem no apartamento, os policiais encontraram o músico deitado no chão. Eles constataram um ferimento no lado direito da cabeça e uma touca de cor preta e branca. A arma de fogo, uma pistola calibre 380 estava na mão direita da vítima, que mantinha o dedo fora do gatilho.
Perto de Champignon foi encontrado um cartucho de arma de fogo e, próximo da parede, um projétil. Dentro de uma capa apropriada para instrumentos musicais, os policiais encontraram uma espingarda calibre 12 sem munição e uma pistola falsa.
Após a morte do marido, Cláudia foi levada ao Hospital Metropolitano, na região da Lapa, Zona Oeste da capital, em estado de choque. Recebeu atendimento e acabou liberada.
0 comentários:
Postar um comentário