O serviço de inteligência da PM está participando de reuniões dos
grupos que organizaram as manifestações que, desde a semana passada,
ocorrem na Bahia. Infiltrados nas reuniões que decidem os rumos das
passeatas, eles estão filmando e fotografando pessoas identificadas como
lideranças. A revelação foi feita por um capitão da PM à Agência
Pública, agência de reportagem e jornalismo investigativo.
Polícia muda estratégia e não responde à provocação; espera cansaço, identifica e prende baderneirosSegundo
a reportagem publicada ontem no site da agência (www.apublica.org), o
oficial pediu para que seu nome não fosse revelado por temer punições do
comando da corporação. Segundo o capitão, o acompanhamento dos
movimentos pela Coordenadoria de Missões Especiais (CME), a central de
inteligência da PM, começou a ser realizado antes mesmo do primeiro
protesto em Salvador, dia 17 de junho.
Policiais
criaram perfis falsos no Twitter e Facebook e se infiltraram em grupos
com o objetivo de obter informações sobre as manifestações, os locais
das reuniões, o trajeto das passeatas e os possíveis líderes. “A gente
busca saber quem é o líder, porque se ele for neutralizado o movimento
perde a cabeça. Isso é estratégia militar para qualquer situação do
gênero: a gente identifica para ter um norte na negociação”, explicou o
oficial da PM.
Os infiltrados da PM atuam não apenas na
investigação prévia, mas também durante os protestos. “Encontramos
vários coquetéis molotovs. Fomos descobrindo isso na hora. Até porque, a
manifestação surgiu pacífica”. O oficial disse ainda que os agentes de
inteligência tentam influenciar os manifestantes. “Tentam identificar os
pacíficos e sensibilizá-los para que eles mesmos retirem ou censurem os
radicais”.
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