domingo, 11 de maio de 2014

'Atribuir a violência do país a mim é leviano e linchamento moral', diz Sheherazade


Imagem: Adriano Vizoni/Folhapress
Após ter seu nome ligado ao linchamento de uma dona de casa em Guarujá, a jornalista Rachel Sheherazade, do SBT, diz que condena justiçamentos e que atribuir a ela a violência no país é "leviano". 

A apresentadora provocou polêmica em fevereiro ao afirmar "compreender" pessoas que amarraram um assaltante em um poste no Rio -o caso está sendo apurado pelo Ministério Público Federal. 

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Nesta semana, pessoas usaram as redes sociais para afirmar que o comentário de Sheherazade estimulou o crime no litoral paulista. Além disso, o jornalista Boechat, da Band, a atacou com uma "indireta", responsabilizando-a pela recente morte de uma dona de casa (assista clicando aqui). Questionada, a apresentadora enviou a seguinte mensagem, por e-mail: 

"O justiçamento é uma prática abominável de aplicação de penas de tortura e/ou morte, ao arrepio das leis e do Direito. Esse ato medonho sempre acompanhou a história da humanidade. Há relatos de justiçamento desde os primórdios das civilizações. Essa prática não é exclusividade do nosso tempo nem do nosso país. 

Acontece que, após a repercussão do caso de menor infrator preso ao poste [no Rio de Janeiro], a imprensa passou a noticiar mais casos semelhantes. 

A tentativa de atribuir ao meu comentário a responsabilidade pela violência crônica e endêmica que vive nosso país é no mínimo leviana. Como jornalista cabe a mim noticiar os fatos. Como comentarista, analisá-los sob meu ponto de vista. E o meu direito a opinião é garantido pela Constituição Federal. 

Não me cabe a responsabilidade pela falta de segurança no país, pelo sucateamento da polícia, pela morosidade da Justiça, enfim, pela sensação de impunidade e impotência que espalha o medo e o desespero entre a população. 


Como jornalista, apenas situei os fatos, apontei e 'compreendi' as possíveis causas do fenômeno justiçamento. O resto não passa de linchamento moral." 

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