Rascunhos do Buuh: Técnico diz que motorista usava pulseira de festa quando atingiu gari

Acidente na Bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia)

Técnico de segurança mostra pulseira que teria
sido retirada por motorista após acidente
(Foto: Reprodução/TV Bahia)

A motorista do veículo que bateu em um caminhão de lixo e atingiu um gari na madrugada de quinta-feira (16), na Rua Carmen Miranda, nas proximidades da Avenida Magalhães Neto, em Salvador, estaria usando, no momento do acidente, a pulseira de uma festa realizada na noite anterior à batida. A informação é de Edson Guedes, técnico de segurança da empresa coletora de lixo.
"Ela tirou a pulseira automaticamente do braço e jogou no chão. E o nosso motorista da empresa pegou e guardou. Uma pulseira de festa", afirma Edson Guedes.
O gari Raimundo dos Santos foi atropelado e imprensado no caminhão de lixo. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE) e teve uma das pernas amputada. A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou na manhã desta sexta-feira (17) que o estado de saúde dele era estável. Até as 8h30 desta sexta, a mulher suspeita de atropelar o trabalhador não havia se apresentado para prestar esclarecimentos na 16ª Delegacia, que investiga o caso.
"O que foi noticiado, até pelos próprios coletores, é que ela aguardou a chegada do Samu, começou a auxiliar no socorro e passou mal, e por isso precisou ser socorrida. E a irmã que a acompanhava permaneceu no local. Então, não houve omissão e não entendo, a princípio, que ela tenha errado em ter saído", afirma o delegado Nilton Tormes. "Eu quero acreditar que ela irá se apresentar espontaneamente. Caso ela não o faça, nós faremos as devidas intimações", completa Tormes. O gari Elias Santos trabalha com vítima e diz que presenciou o momento do acidente. "Ele tava muito colado em mim. Eu peguei e passei para o lado. Foi na hora que ele gritou. Eu peguei e coloquei a mão na cabeça e mandei parar o carro. Foi na hora que ele gritou e ela foi e atropelou ele de novo. Ela não conseguiu parar o carro", relata Elias. "Teve um rapaz que chegou aqui depois de uns dez minutos, pegou ela e saiu e ninguém viu pra onde ela foi", acrescenta.
Paulo Nascimento, outro colega de Raimundo, conta que, após ser atingido, o amigo chegou a temer a morte. "Eu botei ele deitado aqui no chão. Ele pediu pelo amor de Deus: 'Deixa eu morrer não Paulo, deixa eu morrer não'. Aí eu disse: 'Calma amigo velho, você não vai morrer não, você vai ficar aqui com a gente", diz.
O gari é funcionário da empresa Revita Engenharia Sustentável, terceirizada que trabalha com coleta de lixo em Salvador. A assessoria da empresa informou em nota que está prestando todo o apoio ao colaborador e que está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos necessários.